A CABEÇA DO ELEITOR NÃO MUDOU
*Por Carlos Santiago
A cabeça do eleitor amazonense não mudou. As últimas eleições para o Governo do Estado, refletem uma supremacia de votos direcionados ao mesmo grupo político tradicional que governa o Amazonas desde 1982. Assim, como se mantém também os votos para os políticos que surgem com discursos chamados de terceira via.
Nas eleições de 2010, o grupo hegemônico se dividiu em duas partes e, Omar Aziz obteve 63% dos votos e Alfredo Nascimento ficou com 25% dos votos válidos. O candidato Hissa Abrahão com discursos de terceira via, alcançou 10% na votação em todo Estado, tendo um desempenho de 15% na cidade de Manaus.
Em 2014, no primeiro turno, com o grupo também dividido em duas coligações, o candidato Eduardo Braga totalizou 39% dos votos válidos e o candidato José Melo obteve também 39% dos votos, ficando o candidato Marcelo Ramos com 10% em todo Amazonas, com uma boa votação na capital que chegou quase aos 16% votos válidos, com discurso de alternativa política.
Agora, na eleição Suplementar para o Governador do Amazonas, com o grupo hegemônico dividido em três coligações, o candidato Amazonino Mendes chegou no final do 1° turno com quase 39% dos votos válidos, em todo Estado, ficando Eduardo Braga com 25% e Rebecca Garcia com 18%.
Somando os votos da candidata Rebecca e de Eduardo Braga, o resultado seria de 43% dos votos válidos. O candidato José Ricardo conseguiu 12% na votação geral e 18% dos votos na capital, com uma postura crítica das práticas administrativas dos comandantes das coligações que governam o Amazonas, desde 1982.
Então, assim caminha a nossa política e a vontade do eleitor do Amazonas. Votos dados ao grupo hegemônico e a Terceira Via estão garantidos. Vai ser muito difícil mudar essa lógica porque a grande mudança será romper com essa tradição do nosso eleitor, uma missão e um desafio das novas mentalidades.
Sociólogo e advogado.