Manaus, 23 de Abril de 2024

Carij? descarta candidatura para disputar Prefeitura de Manaus

Novo prefeito precisar? continuar o trabalho do Arthur, ter responsabilidade fiscal e econ?mica, compromisso com os professores e responsabilidade com a educa??o, destaca Carij?

Política | 24/05/2019 - 09:00
Foto: Robervaldo Rocha - CMM

Carij? destaca a responsabilidade da gest?o Arthur Neto e aponta o equil?brio financeiro como prova

Novo prefeito precisará continuar o trabalho do Arthur, ter responsabilidade fiscal e econômica, compromisso com os professores e responsabilidade com a educação, destaca Carijó 
 
 
Por Warnoldo Maia de Freitas
 
Apontado nos bastidores como um forte candidato à Prefeitura de Manaus nas eleições do próximo ano, por ser experiente e homem de confiança do prefeito Arthur Neto (PSDB), o ex-vereador, ex-presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM) e ex-prefeito Luiz Alberto Carijó, atual presidente da executiva municipal dos tucanos e articulador político do chefe do Executivo municipal, descartou na quarta-feira, 22, qualquer possibilidade de ser candidato em 2020.
 
Bem-humorado e atencioso, como de costume, Carijó revela não ter a saúde necessária para encarar a dureza de uma campanha política e, em caso de vitória, para acompanhar de perto a gestão de uma cidade do porte de Manaus, que apresenta vários desafios e precisa de um prefeito experiente, conhecedor dos problemas da cidade e alinhado com as ideias do PSDB.
 
Apesar de confessar que quer paz e tranquilidade, Carijó deixa claro que pretende participar de forma ativa do processo eleitoral do próximo ano, porque tem compromisso com Manaus e por ter experiência quer contribuir e ajudar a população a escolher um prefeito capaz de identificar e colocar em práticas as melhores soluções para Manaus.

Confira a entrevista

Manaus Olímpica – Nos bastidores há quem aponte o senhor como um forte candidato à Prefeitura de Manaus nas eleições de 2020. O que o senhor tem a dizer sobre essas afirmações?
 
 Luiz Alberto Carijó – Eu não sou candidato a absolutamente nada. Sou apenas um assessor qualificado da Prefeitura de Manaus que tenta de certa maneira ajudar a governabilidade aqui no parlamento e a construir pontes para a prefeitura na sua interlocução. Essa é a minha tarefa, apenas faço isso e não tenho nenhuma pretensão de ser candidato a nada. Essa é a minha contribuição para o prefeito Arthur Neto e para a cidade de Manaus, que eu tanto amo, e para as pessoas que aqui moram. Estou aqui nessa minha quadra, nessa reta final de vida, tentando utilizar toda a minha experiência, toda minha vivência no parlamento e fora do parlamento, como servidor público, para ajudar a cidade de Manaus neste momento tão conturbado do país, e de tanta crise, que infelizmente nós sofremos e ainda estamos sofrendo. Dessa forma, talvez a minha contribuição seja no sentido de apaziguar, de trazer tranquilidade, de fazer, digamos, uma base governamental mais tranquila na discussão e interlocução junto ao prefeito de Manaus.
 
Como o senhor avalia hoje o trabalho do prefeito Arthur Neto? Quais os principais pontos positivos da gestão dele?
 
Eu fui prefeito de Manaus e sei o quanto é difícil governar esta cidade. Já era difícil na minha época, quando tínhamos um milhão e quinhentos e cinquenta mil habitantes e é muito mais difícil hoje, com mais de dois milhões e duzentos mil habitantes.
Manaus é uma cidade espraiada, horizontal, é uma cidade muito pobre, ao contrário do que as pessoas imaginam. Nós temos um Distrito Industrial pujante, mas nós vivemos uma crise recente onde perdemos dezenas de milhares de empregos diretos e centenas de milhares de empregos indiretos na cidade de Manaus.
Todas essas pessoas estão carentes na periferia e precisam de água, de luz, de educação, de saúde e de infraestrutura. E é o município de Manaus que abriga essas demandas.
E hoje, o município de Manaus desde o início da gestão do prefeito Arthur, praticamente vem trabalhando só, só com recursos próprios, e mesmo com toda essa crise, o prefeito Arthur conseguiu algo inédito. Conseguiu uma rate, uma classificação entre todos os municípios, entre as melhores capitais, em termos de equilíbrio financeiro e equilíbrio econômico.
Com isso se credenciou a buscar empréstimos e financiamentos a longo prazo e com juros módicos para investir mais de um bilhão de reais na cidade de Manaus só este ano, para construir obras de arte de grande impacto para a cidade.
Creio eu que o prefeito Arthur Neto irá fazer, até o fim da sua gestão, uma administração que ficará na história como uma das mais profícuas da cidade.
Ele, há pouco, transformou a previdência municipal em agência, dando autonomia e independência orçamentária, econômica e administrativa, algo inédito no país e exemplo e referência para os demais.
 
E quais os principais problemas enfrentados?
 
O prefeito Artur, a exemplo dos prefeitos das demais capitais brasileiras, enfrenta problemas na área dos transportes coletivos devido à crise nacional e falta de recursos para financiar esse transporte.
Hoje, praticamente todo esse transporte é financiado pela tarifa e pelo município, através das obras de infraestrutura. Isso é insuficiente, é como se o transporte não fizesse parte do estado e nem do Brasil. Isso é algo que precisa ser rediscutido no pacto federativo. 
Os municípios estão falidos. O último levantamento do Banco Central revelou que dos 5.477 municípios brasileiros, 3.800 ultrapassaram o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e mais de 1.500 estão no limite.
Manaus é um dos poucos municípios que se encontra abaixo do limite e isso tem possibilitado dar aumento para os seus servidores, dar reposição salarial, enquanto outros municípios e estados sequer pagaram o décimo terceiro salário do ano passado.
Isso demonstra justiça fiscal, demonstra clareza, demonstra uma administração voltada para as pessoas e demonstra, principalmente, responsabilidade.
Essa é a principal marca do prefeito Arthur Neto e com essa responsabilidade eu tenho certeza de que ele vai deixar um legado muito positivo para a cidade de Manaus.
 
Falando sobre as eleições do próximo ano, qual seria o perfil ideal para um candidato a prefeito de Manaus apoiado pelo PSDB? 
 
Primeiro tem que ter um alinhamento com as ideias que o PSDB defende e defender os ideais da social democracia e do respeito a todos.  
Acima de tudo, no governo local, continuar o trabalho que o prefeito Arthur iniciou e ter responsabilidade fiscal e econômica, bem como responsabilidade com a educação e compromisso com os professores, porque nessa área o prefeito Arthur tirou Manaus da vigésima primeira posição e a colocou hoje na décima posição. Quer dizer, fez o dever de casa e superou, por exemplo, as metas estabelecidas para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). 
Mas, nós faremos tudo para avançar mais. Agora mesmo estamos num processo de negociação com a categoria dos professores e em breve fecharemos uma proposta juntamente com eles e temos certeza de que a proposta vai agradar aos educadores. Tem que ter esse alinhamento, porque sem esse alinhamento não é possível que a gente apoie um candidato que não comungue desses ideais e desses compromissos que hoje o prefeito Arthur, que o PSDB e as pessoas que estão no governo têm com essa cidade.
  
Quais os principais desafios do próximo prefeito?
 
Manaus é uma cidade espraiada e um dos seus principais desafios é buscar uma solução para o problema da habitação e do transporte coletivo. O do transporte talvez seja o maior desafio da cidade de Manaus. Manaus é uma cidade horizontal e tem poucos recursos para investir. Menos de trezentos milhões de reais sobram por ano para se investir objetivamente em infraestrutura e é muito pouco. Precisamos buscar novas fontes de financiamentos para que se possa investir e resolver os gargalos que nós enfrentamos em Manaus, não só na parte urbanística mas também em outras partes de infraestrutura.
 
E como desatar esse nó da mobilidade urbana?
 
Eu acho que isso é um nó nacional. Primeiro precisamos discutir nacionalmente o pacto federativo, porque impuseram aos municípios tudo e os recursos, praticamente todos, sessenta por cento ficam com a União, vinte e cinco ficam com os estados e quinze com os municípios.   
Nós temos que reverter essa pirâmide. Nós temos que transformar a União em união realmente onde o pacto federativo prevaleça de forma clara, de forma justa, para que possamos investir de acordo com as reivindicações da população. Afinal de contas, a população não mora na União ou no estado. Mora na cidade.
 
Como o senhor avalia o atual momento econômico e político do país?
 
Eu acho que é muito cedo para qualquer coisa. A gente tem que dar tempo ao tempo. Do ponto de vista nacional, apesar de o governo Bolsonaro ter vindo de uma grande vitória, uma vitória avassaladora e com muita força, nos meandros do início do não, ele se perdeu na interlocução com o Congresso Nacional e atrasou a discussão de matérias importantes para o país, como a reforma da Previdência.
Estamos vivendo um hiato muito perigoso, que precisa ser imediatamente resolvido pelo governo Bolsonaro e suas lideranças políticas e estabelecer um diálogo leal e verdadeiro com o Congresso Nacional, pelo interesse do Brasil.
 
E como o senhor avalia o quadro no estado?
 
O governador recém assumido, digamos, não tinha nenhuma experiencia administrativa e governamental. Então, ainda está procurando assumir o poder para tentar fazer o seu projeto de governo, mas está tendo muitas dificuldades devido à crise econômica e ao engessamento do orçamento do estado, que tem uma grande parcela das suas receitas vinculadas ao funcionalismo tanto da ativa quanto inativo, e isso dificulta a gestão.
 
E o que o precisa ser feito?
 
O governador precisa urgentemente fazer uma reforma interna para que possa reduzir custeio e reduzir a longo prazo as vinculações das suas receitas, principalmente a questão da oneração com pessoal, da sua receita corrente, sem o que será muito difícil investir no desenvolvimento do estado e dos municípios. Sabidamente o estado é um importante parceiro, mas, infelizmente, neste primeiro momento nós não estamos tendo essa parceria em função da própria dificuldade do estado em cumprir seus compromissos. Acredito que precisamos dar tempo ao tempo. Ainda é cedo para avaliar. Precisamos esperar mais esse próximo semestre para podermos avaliar tanto o governo federal quanto o estadual. Deus queira que ambos deem certo, pelo bem do país, do nosso estado e da nossa cidade.
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