Dallas deixa o partido ap?s 17 anos e quatro mandatos, garantindo que est? saindo ?sem m?goa nem rancor?, apenas para buscar ?um novo horizonte?.
Elizabeth Menezes
Na manhã desta quarta-feira 21, o deputado Wanderley Dallas comunicou sua desfiliação do MDB, durante a sessão plenária na Assembleia Legislativa. Deixa o partido após 17 anos e quatro mandatos, garantindo que está saindo “sem mágoa nem rancor”, apenas para buscar “um novo horizonte”. Assim como o colega Vicente Lopes, que também já se desfiliou sem esconder que o motivo é a insatisfação com o próprio Braga, Dallas desconversa sobre o novo partido, mas garante que até o dia 5 de abril tomará uma posição. Na tribuna, quando anunciou a saída do MDB, Dallas leu o ofício requerendo a desfiliação, citando o nome do senador. Mas durante a entrevista coletiva na sala de imprensa, ele se referia a Braga apenas como “dirigente do partido”.
Em resposta aos jornalistas, Dallas garantiu que nunca sofreu nenhuma pressão de Braga, a quem não apoiou na eleição-tampão para o governo, em 2017, porque optou por Amazonino. “Avisei ao dirigente que apoiaria Amazonino, que era meu amigo”, contou.
No ofício, Dallas afirma que os motivos para a desfiliação “são de ordem estreitamente pessoal” e agradece o período que passou “nessa conceituada agremiação partidária”.
Dallas segue o mesmo caminho de Vicente Lopes, no quinto mandato consecutivo e que estava no partido havia 25 anos. Com a decisão dos dois deputados, apenas Alessandra Campêlo passa a representar a sigla na Casa. Mas até o dia 7 de abril, com o fechamento da chamada janela partidária, ela pode ter a companhia de Belarmino Lins, hoje no Pros, mas com uma longa história no MIDB, que há pouco tempo era PMDB.
Troca-troca
Até agora apenas David Almeida, presidente da Assembleia Legislativa que saiu do PSD do senador Omar Aziz, já tem um novo partido: o PSB do também deputado Serafim Corrêa, cuja ficha assinará nesta quinta-feira.
Assim como o MDB, também o PSD sofreu duas baixas: além de David Almeida, Dr. Gomes também já se despediu da sigla. Mesmo assim, continua com uma bancada de três parlamentares: Ricardo Nicolau, Josué Neto e Mário Bastos. Outras desfiliações são esperadas, a exemplo de Sidney Leite, que está no Pros, partido do ex-governador José Melo, cassado sob acusação de compra de votos na eleição 2014. Ele foi preso na Operação Maus Caminhos, que investigou desvio de R$ 112 milhões da área de Saúde do Amazonas. Permanece no presídio desde dezembro de 2017.