Manaus, 20 de Abril de 2024

N?o terei dificuldade em defender o governo Amazonino Mendes, diz Vicente Lopes

L?der da maioria na Assembleia Legislativa, deputado afirma que Amazonino faz uma gest?o para trazer de volta servi?os p?blicos de qualidade, por isso n?o v? qualquer problema em fazer a defesa do governo

Política | 06/02/2018 - 06:50
Foto: Assessoria de Imprensa - ALEAM

?Eu n?o comento fofoca?: em resposta ao colega Sab? Reis, que promete contar a verdadeira hist?ria sobre a viagem de Amazonino a Nova Yorque.

 
Elizabeth Menezes
 
Líder da maioria na Assembleia Legislativa, deputado afirma que Amazonino faz uma gestão para trazer de volta serviços públicos de qualidade, por isso não vê qualquer problema em fazer a defesa do governo, acredita que os colegas fora da base votarão a favor de projetos em benefício da população, diz que as redes sociais são armas poderosíssimas, ainda não decidiu se deixa o MDB (do senador Eduardo Braga), mas não esconde a insatisfação com o seu único partido em 22 anos na política.    
 
Confira a entrevista.
 
No papel de líder da Maioria, o sr. acha que  terá muito trabalho para defender o governo, como diz o deputado Sabá Reis (PR)?
 
Ao contrário. Não tenho nenhuma dificuldade em defender o governador Amazonino Mendes e especialmente o seu governo. O que está na mente, na cabeça do governador, é exatamente poder fazer uma gestão que possa trazer de volta serviços públicos essenciais e com qualidade, para a população. E para fazer isso não acredito que eu tenha dificuldade. Espero contar com o apoio e acompanhamento de todos os demais colegas deputados que  estejam, de fato, preocupados com o bem-estar da sociedade amazonense, que espera de nós responsabilidade. Portanto, dando apoio a um governo que quer saúde, segurança, educação, habitação, infraestrutura, enfim, tudo aquilo que nós perdemos ao longo dos anos.

No quinto mandato de deputado estadual, como o sr. entende o atual quadro político no Amazonas?
 
Vejo o atual quadro político extremamente complicado. Não apenas no Amazonas, mas no Brasil inteiro. Por quê? Pela infinidade de escândalos com que a sociedade se depara todos os dias, que a imprensa traz ao conhecimento da população. Pelo comportamento da grande maioria dos políticos, que parecem lembrar da existência das pessoas somente em momentos de campanha  eleitoral. Pelo comportamento de políticos que durante a campanha tem um discurso e no pós-eleição passa a ter outro discurso. Então, por tudo isso, eu vejo que a população está muito mais exigente, mais atenta para cobrar e não apenas da classe política. Eu tenho visto políticos, mas também altas autoridades do Judiciário sendo hostilizadas, sendo maltratadas nas vias públicas, por conta de comp ortamentos inadequados, que não condizem com a necessidade de uma postura altamente republicana por parte de todos nós, servidores públicos, independentemente de qual seja o poder a que pertença.
 
As chamadas redes sociais têm real influência na política, ou não têm poder nenhum sobre a próxima eleição, por exemplo?
 
Eu diria que tem muita influência e poderá ter um grande poder, no sentido da conscientização da população, da publicidade de fatos que antes eram restritos a meia dúzia de pessoas e que hoje, com as redes sociais, as informações são simultâneas. Ou seja: aqui ou em qualquer parte do mundo, qualquer acontecimento, uma vez jogado nas redes sociais, estas se encarregam de fazer uma divulgação quase que simultânea. Acredito que devem ser utilizada para o bem, com boas propostas, boas discussões, não de forma errada, publicando falsas notícias. Ou notícias apenas com o intuito de denegrir a quem quer que seja. Acredito eu que esse seja um instrumento poderosíssimo, para o bem e para o mal. Espero que as redes sociais possam, no caso específico da questão eleitoral, servi r para  orientar, instruir, conscientizar a sociedade, uma vez que, quem mais domina essa nova ferramenta de comunicação, é a população mais jovem. Então, que esta juventude tenha a consciência do seu papel, da importância daquilo que vai fazer no dia e na hora de votar para escolher alguém. Porque é exatamente o jovem que poderá ter as maiores consequências do mau uso dessa ferramenta. Por quê? Porque a boa política se aplica a todos os brasileiros. Mas se aplica, fundamentalmente, à população mais jovem que mais precisa de saúde, de educação, de segurança, de oportunidades de trabalho. Enfim, de todos os bons serviços públicos. É um apelo que faço a toda população possa fazer uso (das redes sociais), mas fazer uso consciente, de forma responsável e para o bem. 

O que o povo do Amazonas pode esperar do governo Amazonino Mendes nos dez meses e pouco do seu mandato?
 
Trabalho, trabalho e trabalho. Trabalho com respeito ao cidadão, ao povo humilde, aos que mais precisam de uma boa ação de governo. Ele falou, na leitura da Mensagem nesta Casa, dizendo que os governos existem para as populações mais pobres. Os governos existem exatamente para atender a população com maior necessidade, especialmente nas questões da saúde, da educação e segurança. E o propósito do governador é exatamente resgatar políticas públicas de qualidade para a população mais humilde do nosso Estado. Eu não tenho dúvidas e sou testemunha viva, do quanto o governador Amazonino Mendes tem se esforçado no sentido de poder resgatar esses serviços, em benefício do homem, em benefício da mulher, em benefício da população d a cidade e da zona rural. Porque há o entendimento e a compreensão de que o home do campo precisa tão ou igualmente prestigiado, ou até mais, do que aquele que está na cidade onde, certamente, tem mais facilidade para ter acesso a um hospital, a uma escola, a uma delegacia de Polícia. Então, se nós queremos, de fato, fazer um trabalho que respeite a população mais humildes, temos que colocar o homem do interior, o homem do campo como sendo uma das prioridades do governo. É isso o que o governador tem dito e demonstrado em suas ações. Exemplo disso: o que fez no último sábado com a distribuição de mais títulos definitivos das pessoas da zona oeste da cidade, que têm as suas casas, resultantes de invasões, onde moram  há 40 anos e que não tinham sequer a escritura do teto onde abriga a sua família. Então, em 100 dias de governo, o governador já entregou mais de quatro mil títulos definitivos. São pequenas ações, mas extremamente importantes para a segurança da família.

Pelo que o sr. percebeu até agora, o governo terá dificuldade em aprovar seus projetos na Assembleia Legislativa?
 
Acredito que não. Honestamente, acredito que não. Porque o que todos os colegas têm dito é que todos os projetos em benefício da população, que conta com o apoio deles. É isso que todos falam nos quatro cantos. Eu não tenho dúvidas de que nenhum projeto que ele enviar a esta Casa, não seja para servir à população. Todos eles têm exatamente como proposta a melhoria da qualidade de vida da população amazonense. Por tudo isso, acredito que não haverá dificuldade. Embora saibamos que muitos que fazem afirmações de forma pública, para dizer ao eleitor que defende os seus interesses, nem sempre isso é verdadeiro. Eu já vi vários (deputados) dizendo  que defendem os interesses da sociedade, mas votaram aqui aumentando imposto de gasolina, a umento imposto de gás de cozinha. Eu acredito que isso não atende aos interesses da sociedade.
 
O deputado Sabá Reis disse que iria contar o que realmente o governador foi fazer em Nova Yorque, naquela questão da Segurança no Amazonas. Deixou no ar que a viagem não foi uma coisa muito republicana.
 
Eu não comento fofoca. Tenho muita dificuldade de fazer juízo de valor sobre aquilo que eu não vi, não participei e não fiz. O que eu posso afirmar a você é que o verdadeiro propósito da visita do governador à cidade de Nova York, foi exatamente para absorver experiência. Ou seja: buscar meios e maneiras modernas e eficientes, porque os números já mostraram isso aí, com alguém que foi prefeito de uma das maiores cidades do mundo, que implantou um programa de governo de tolerância zero no que diz respeito à violência, e que teve um grande resultado. Agora, se o deputado A ou B quer entrar nessa pequenez da discussão menor eu, honestamente, não tenho intestino para isso.
 
O sr. será candidato à reeleição?
 
Eu sou candidato a continuar trabalhando a serviço da população, fazendo aquilo que sempre fiz, de forma respeitosa, da forma o mais competente possível, em defesa daqueles a quem me propus representar. Se for da vontade de Deus que eu seja candidato a alguma coisa, eu o serei. Se não for, acredito que já dei a minha contribuição como cidadão, como servidor público e, naturalmente, não é algo que eu ambicione. Nem tampouco que eu esteja disposto a fazer qualquer coisa para ser candidato. Espero ter oportunidade de submeter o meu nome às urnas e a população vai fazer o seu julgamento. Seja a deputado estadual, deputado federal, senador, governador, ou vice-governador. Mas o futuro a Deus pertence. No momento certo as pessoas saberão e, naturalmente, o que vou fazer é bater de porta em porta, para buscar o apoio das pessoas que conhecem a minha pessoa, que reconheçam a minha capacidade de trabalho e representá-las com dignidade aqui nesta Casa.    
 
É a primeira vez que um presidente do poder legislativo estadual diz, publicamente, que não é aliado do governador. Assim o declarou o atual presidente da Casa, David Almeida, na presença do governador Amazonino Mendes, quando este aqui compareceu para a leitura da mensagem governamental. Qual a sua opinião sobre esse fato?
 
Eu vejo com a mais absoluta naturalidade, absoluta normalidade. Cada um dos deputados, políticos detentores de mandato, escolhem o tipo de política que desejam fazer. Escolhem qual o tipo de posição que eles vão ter em relação a esse ou aquele governo, contra pessoas ou contra ações. De tal maneira que eu entendo e o governador disse isso com muita clareza e, vamos dizer assim, como um aluno atencioso, ouvi com atenção as palavras do governador, quando ele disse que não está preocupado com a pequenez da política, com a politiquice. Ele está preocupado com as grandes causas, com aquilo que mais aflige a população do Amazonas. É exatamente com esse espírito que eu quero dar continuidade a minha atividade política: discutindo, participando, emitindo a minha opinião, contribuindo, mas não no sentido de criar intriga, de ser oposição sem um motivo. Não se pode ser oposição a pessoas. Você é oposição a fatos, a situações com que você não concorda. Então, é legítimo, natural, que qualquer deputado possa dizer “eu sou membro, defendo esse governo como governador o fosse. No entanto, poderá haver situações que eu possa emitir algum pensamento contrário àquilo que está sendo proposto. Porque a minha consciência não me autoriza a defender, ou fazer, qualquer coisa de que não tenha absoluta convicção de que aquilo que estou fazendo é o certo. Então, divergir é natural, é legítimo, é próprio da natureza humana. Isso fortalece o processo democrático, isso faz com que as relações inst itucionais se fortaleçam: quando nós debatemos, discutimos e sobretudo quando nós discordamos. Refiro-me a discordâncias sempre bem propositadas. Não aquelas discordâncias por picuinhas ou  questões pessoais. A população sabe que não tem espaço para que nenhum de nós faça  abordagens do ponto de vista pessoal. Aqui nós não representamos a nós mesmos: representamos as centenas de milhares de pessoas que nos colocaram aqui. Então eu preciso ter uma postura que seja condizente com o que aquelas pessoas esperam de mim. Não com o que é conveniente para mim.

Há especulações na imprensa de vários parlamentares do MDB (ex-PMDB)estarão deixando a sigla quando se abrir a chamada janela partidária. O sr. é um dos nomes citados como um dos descontes com o partido. O sr. vai mudar para outro partido?
 
Eu não tenho uma decisão firmada com relação a isso. As minhas divergências com o partido são públicas, as minhas divergências com os dirigentes do partido no meu Estado foram externadas na tribuna da Assembleia Legislativa e elas permanecem, uma vez que eu não vi mudança de comportamento, de postura, na condução do partido. Portanto, eu diria que é uma possibilidade grande que eu venha a sair do partido. No entanto, não tenho ainda nenhuma decisão tomada. Assim como eu posso dizer hoje que vou sair, amanhã posso dizer que vou permanecer no PMDB, um partido com que tenho uma afinidade muito grande, uma identificação profunda, o único partido em que fui filiado e responsável por todas as minhas eleições: uma de vereador e cinco de deputado estadual. São 22 anos de vida pública, como político com mandato. Sempre no PMDB.
 
Não é mais PMDB. Agora é MDB.
 
Eu prefiro continuar a dizer PMDB. Não sou simpático a essa mudança casuística, só para mudar de nome. Acho que isso é mais uma coisa que a população brasileira também não entende. Não vejo no que isso contribui de forma positiva para atender as necessidades da população. Embora eu seja ainda do MDB, daquele MDB lá do nosso querido e saudoso ex-governador Gilberto Mestrinho, do Ulysses Guimarães. Ou seja: do tempo em que ainda se fazia política com mais seriedade, com mais respeito às pessoas. Eu faço parte daquele MDB.
 
Então o MDB de agora o sr. não aceita?
 
O MDB de agora tem de primeiro mostrar a que veio. Se é para continuar com as mesmas práticas, com as mesmas condutas, eu prefiro continuar a fazer parte do MDB do passado.
 
 
 
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