Manaus, 20 de Abril de 2024

Pauderney reafirma compromissos do Democratas com o Amazonas e o modelo ZFM

Pauderney defende a diversifica??o e o fortalecimento da bioeconomia, mas deixa claro que ? inegoci?vel abrir m?o do Polo Industrial de Manaus

Política | 03/02/2019 - 13:05
Foto: Assessoria de Imprensa

Pauderney Avelino lembra que a ZFM ? inegoci?vel


Pauderney defende a diversificação e o fortalecimento da bioeconomia, mas deixa claro que é inegociável abrir mão do Polo Industrial de Manaus 


Por Warnoldo Maia de Freitas
 
O ex-deputado federal Pauderney Avelino, Secretário-Geral do Democratas, segundo cargo na hierarquia partidária, reafirmou no domingo 03, com exclusividade para a reportagem do site manausolimpica, os compromissos da agremiação com o Amazonas e o modelo ZFM, e disse que os empresários e trabalhadores amazonenses podem ficar tranquilos, porque o partido vai somar esforços na defesa dos interesses do estado, inclusive da reabertura da BR-319.
 
Considerado um dos políticos que mais conhece e entende o modelo Zona Franca de Manaus, Pauderney se manifesta otimista quanto aos resultados das ações políticas, mas reconhece que o Amazonas não vai ter vida fácil pela frente, porque o ministro da fazenda, Paulo Guedes, já deixou claro que quer abrir a economia brasileira.

Confira a entrevista.
 
1 - Pauderney, após a conquista do comando do Congresso – Senado e Câmara Federal - o Democratas ganhou mais força no governo Bolsonaro. Então, ficará mais fácil defender os pleitos da ZFM, os pleitos do Amazonas?

R - Os dois presidentes das duas casas, tanto o Davi Alcolumbre, do Senado, e o Rodrigo Maia, da Câmara Federal, já se comprometeram, publicamente, a defender o nosso modelo, porque conhecem a nossa realidade. O Rodrigo Maia já esteve comigo visitando o Polo Industrial da Zona Franca de Manaus, visitamos a fábrica Honda de motocicletas, depois a unidade gigantesca da Samsung, e ele saiu muito bem impressionado. 
Ele, inclusive, já voltou ao Amazonas várias vezes, como também o senador Davi Alcolumbre, que esteve comigo aí, em uma reunião com o senador Omar (Aziz, PSD) e o senador Plínio Valério (PSDB), em Manaus, no último mês de janeiro. E compromissos foram assumidos. Nós sabemos que não vamos ter vida fácil pela frente, porque o ministro da Fazenda (Paulo Guedes) quer abrir a economia. Vamos com clama. Agora, temos certeza de que teremos dois aliados de peso, além, é claro, do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro.
 
2 – E a recuperação e reabertura da BR-319? Você acredita ser possível destravar este projeto? 

R – Nós entendemos, também, que essa rodovia é imprescindível para o desenvolvimento do estado do Amazonas e integração com o resto do país. Não é, portanto, apenas uma questão de meramente asfaltar a rodovia, porque, além de ser importante para a logística das indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus, essa rodovia também é indispensável para fomentar o turismo. As questões ambientais devem ser contornadas, para que possamos promover desenvolvimento com sustentabilidade. Entendo que é possível contornar esses problemas e ter uma estrada que possa ligar o Amazonas com o restante do país. A BR-319 representa desenvolvimento e integração.
 
3 - Quais os compromissos do Democratas com o Amazonas? Você poderia destacar os principais? E com o Brasil? 
  
R – O povo brasileiro sabe que nós, na época do PT, fizemos uma oposição dura ao governo do Partido dos Trabalhadores. Nós sabíamos porque estávamos fazendo aquela oposição. Na época, o ex-presidente Lula quis e defendeu a extinção do nosso partido, exatamente porque temia as nossas críticas. Mas, não era à toa. Tai o que aconteceu no país, mensalão, lava jato, e o resultado todos conhecem. 
 
Nós entendemos que o nosso partido, o Democratas, que tem um viés liberal, vai ajudar o Brasil a sair desse sufoco em que se encontra. Nós entendemos que são extremamente relevantes as posições nas quais nós nos encontramos. O Democratas é um partido que tem muitos quadros qualificados e, portanto, permeado já no governo e, obviamente, no comando das duas casas do Congresso Nacional. 
 
Os nossos compromissos com o Amazonas são inarredáveis, são compromissos firmes e já externados tanto pelo presidente da Câmara Federal, o deputado Rodrigo Maia, quanto pelo presidente do Senado, o senador Davi Alcolumbre.

4 – Na sua avaliação, quais os principais gargalos do modelo Zona Franca de Manaus e da economia do Amazonas?

R – A Zona Franca de Manaus tem vários gargalos e ainda hoje, depois de mais de 50 anos, nos parece uma coisa incrível falar sobre isso, mas os fatos estão aí. Nós não temos, por exemplo, um porto público, em Manaus, que seja utilizável para a carga e descarga de navios para atender o Polo Industrial de Manaus. Nós vamos precisar muito de um porto e de estradas. Nós vamos precisar levar os produtos do Amazonas não apenas para o restante do país, mas também trabalhar de uma forma bastante incisiva para que possamos exportar os produtos da ZFM para outros países.
 
Eu falo sobre logística porque Manaus é longe dos grandes centros consumidores e é caro chegar a Manaus e sair de Manaus.
Por isso precisamos ter uma logística adequada para a redução dos custos de transporte desses produtos. Entendemos que vamos enfrentar pela frente uma forte demanda em termos fiscais e tributários e temos que estar preparados para enfrentar esses dias que virão.
 
5 – O que pode e deve ser feito no curto, médio e longo prazo para fortalecer, dar mais competitividade ao modelo e oxigenar as suas chamadas vantagens comparativas?

R – Nós temos mais de 50 anos de Zona Franca de Manaus e é claro que nós não temos nenhuma outra alternativa, outro modelo, que possa substituir a curto, médio ou longo prazo a economia da Zona Franca de Manaus.
 
Nós temos que buscar, obviamente, alternativas, diversificar, sem perder de vista que nós temos que manter a Zona Franca de Manaus operando, produzindo riquezas, tributos, gerando empregos e renda, movimentando a economia dos nosso estado. 
 
Eu acredito muito que com a entrada do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia) em operação definitiva, agora com a gestão profissional de 11 entidades que se juntaram à Fundação Amazônia Sustentável, como a Universidade do Amazonas, a Ufam, a Embrapa, o Inpa e tantas outras entidades para fazer pesquisas e desenvolvimento de produtos, a partir da nossa fauna e flora, vamos dar um passo decisivo para desenvolver a bioeconomia. Acredito que é muito importante fazer essa diversificação, mas não podemos abrir mão do Polo Industrial de Manaus. Isso é inegociável.
 
 A economia brasileira está entrando nos eixos depois de anos de caos na gestão fiscal, de queda do PIB (Produto Interno Bruto) e anos de recessão. Finalmente estamos encontrando o caminho de volta para um crescimento econômico sustentado.
 
 
6 – Qual a sua expectativa para a economia nacional neste exercício? 

R – Nós não podemos, de forma nenhuma, esquecer que a heterodoxia da nova matriz economia dos governos petistas, nos levaram a este estado lamentável de coisas.
 
Nós vamos trabalhar no sentido de darmos otimização à economia e melhorar a competitividade dos produtos. Para isso precisamos fazer as reformar que o país precisa, ou seja, a reforma da previdência e a reforma tributária.
 
Essas reformas são importantes para destravarmos a economia brasileira. Entendo que tudo tem reflexos e que esses reflexos se darão dentro da Zona Franca de Manaus. Portanto, temos que tomar cuidados para que essas reformas, essas mudanças que o governo está pretendendo fazer não nos alcancem de forma ruinosa. Por isso eu digo que não podemos abrir mão do Polo Industrial de Manaus que gera riquezas no Amazonas e gira a nossa economia.
 
É bom sempre lembrar e destacar, também, que estão enganados os economistas do sul e de Brasília, que sempre afirmam que o modelo Zona Franca de Manaus custa ao país mais de R$ 25 bilhões por ano.
 
Não é bem assim, porque diferentemente de outros benefícios fiscais, o que nós produzimos em Manaus só tem incentivo se houver produção. Então, quando há produção, o produto leva o benefício. Não tem nenhum produto que saia de Manaus que não seja taxado.
 
7 – Qual a sua expectativa quanto ao governo Wilson Lima?

R – Não dá, ainda, para se fazer uma avaliação do governo Wilson Lima, porque a atual gestão está completando 30 dias de atuação. 
Há uma expetativa muito grande já que ele foi eleito por uma larga margem de votos para fazer um governo que venha a atender as expectativas da população. 
 
Eu desejo sorte ao governo Wilson Lima e que realize um bom trabalho para dar sustentabilidade ao Amazonas e ao seu povo, e preste bons serviços à população. 
 
8 – E quanto às eleições de 2020?

R - Ainda é muito cedo para se falar sobre as eleições para a Prefeitura de Manaus.  As eleições ainda estão muito longe.
 
ACOMPANHE O MANAUS OLÍMPICA NAS REDES SOCIAIS

© 2015 - 2023. Manaus Olímpica. Todos os direitos reservados