Racha entre Braga e Arthur gerou cicatrizes e revelou fragilidade de vereadores

  

A recente briga entre o prefeito de Manaus Arthur Neto (PSDB) e o senador Eduardo Braga, candidato do PMDB ao governo do Estado nas eleições de agosto, gerou perdas irreparáveis e deu um nó na cabeça de muitos vereadores, porque nem todos concordaram com as composições e determinações dos caciques dos seus partidos.

 

O vereador Marcel Alexandre, do PMDB, por exemplo, foi um dos que mais perdeu com o racha entre Arthur e Braga, aliados de última hora na eleição de 2016 para a Prefeitura de Manaus.

 

Marcel saiu líder do prefeito Arthur Neto e prestigiado pelos colegas, da Câmara Municipal de Manaus, para assumir o comando da SMTU e agora, para a tristeza do seu suplente, Dallas Filho (PMDB), que não teve tempo nem mesmo para esquentar a cadeira, retorna à CMM como mais um vereador.

 

Os reflexos mais diretos do racha entre o cacique do PSDB e o do PMDB estão expostos e podem ser vistos por todos, com alguns parlamentares tratando de assegurar a própria sobrevivência política.

 

Na noite da quinta-feira, 23, por exemplo, na solendiade de ingresso do vice Marcos Rotta - ex-PMDB - no ninho tucano, o deputado estadual Wanderley Dallas (PMDB), insatisfeito com o líder do seu partido, o senador Eduardo Braga, não escondia o seu entusiasmo, demonstrando total apoio à iniciativa.

 

Oficialmente Warderley Dallas não confirma o embarque na campanha de Amazonino Mendes, candidato ao governo do estado pelo PDT, mas na página pessoal da sua esposa Thea Dallas, no face, a promoção da campanha do adversário do seu líder político é evidente. 

 

 

Entre os que estavam correndo da sala para a cozinha até a semana passada destaca-se o atual líder do prefeito, o vereador Joelson Silva, do PSC, foto acima, partido aliado do deputado federal Silas Câmara, do PRB.

 

Após o racha de Arthur com Braga e o anunciado apoio do tucano à candidatura de Amazonino Mendes, do PDT, Joelson acabou em uma encruzilhada, porque Silas também acenava com o desejo de disputar o governo.

 

Mas, para sua sorte, Silas desistiu, optou por embarcar na campanha de Amazonino e o caminho de Joelson ficou mais fácil do que o de outros parlamentares como, por exemplo, o do vereador Hiran Nicolau, do PSD.

 

 

O cacique do PSD, o senador Omar Aziz, resolveu apoiar a candidatura de Amazonino Mendes, para o desgosto dos irmãos Nicolau (Hiram e o deputado estadual Ricardo).

 

Por uma questão de coerência, os dois deixaram claro para Omar que não apoiariam Amazonino, porque o ex-governador é, por assim dizer, o “inimigo número 1” de Luiz Fernando Nicolau, pai dos dois parlamentares.

 

A inimizade foi gerada após a saída de Luiz Fernando do comando da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), no governo de Amazonino, sob a acusação de prática de conduta vedada.

 

“Tenho o maior respeito pelo senador Omar Aziz e é bom destacar que ele entendeu a nossa posição e em nenhum momento obrigou ninguém a apoiar o seu candidato.  Tenho 29 anos e acredito que devemos olhar para frente e não para trás”, disse ele.

 

 

O vereador Plínio Valério é outro que também não vai rezar na mesma cartilha do chefe do seu partido, Arthur Neto, um dos aliados de Amazonino Mendes.

 

Plínio já deixou claro que não vai votar e muito menos fazer campanha para Amazonino porque, para ele, o ex-governador já não dispõe das condições necessárias para comandar o Governo do Amazonas.

 

Segundo Plínio, “o ex-governador não consegue se livrar de antigos parceiros que, na verdade, são quem acabam governando”.

 

 Como exemplo ele cita o conhecido “triunvirato, governo formado por três homens de confiança de Amazonino, João Coelho Braga Filho, conhecido como Braguinha, Francisco Deodato e Américo Gorayeb Júnior”.