O tema da infraestrutura é muito caro ao comércio de bens, serviços e turismo, por um motivo definitivo: a infraestrutura tem um papel fundamental na cadeia logística e de comunicação que permite o transporte dos bens, insumos e mercadorias desde o local em que são produzidos até os pontos de venda e as mãos do consumidor.
São as veias nas quais circula o sangue que irriga a economia.
Se essa circulação é deficiente, o organismo vivo da nação não pode se desenvolver adequadamente e enfraquece, podendo até mesmo enfrentar crises sérias, agudas, com impactos profundos em todo o sistema econômico.
Nosso país é continental. Logo, a questão logística e de infraestrutura adquire uma dimensão em que poucas nações do mundo poderão servir de comparação.
Vamos ficar no caso que costumamos ter como referência mais frequente, os Estados Unidos.
A capacidade logística dos americanos está na base do desenvolvimento e da hegemonia daquele país.
E ela só é possível pela rede de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos e telecomunicações que mantém o país vivo, ativo, dinâmico.
O fato de que eles estejam, neste momento, se empenhando pela necessidade de modernizações só comprova o quanto reconhecem a importância dessa infraestrutura.
Do nosso lado, precisamos desenvolver mecanismos para acelerar o processo de melhoria da infraestrutura brasileira, sob pena de ficarmos marcando passo, enquanto somos superados no competitivo cenário internacional e privados da construção de riquezas que vão beneficiar o País e seu povo.
Vemos um esforço do atual governo em destravar o setor.
As concessões do 5G, das ferrovias, dos portos. O empenho para promover a inclusão de mais rodovias na lista dos leilões programados. São ações que devemos valorizar, pois demonstram o reconhecimento da importância da participação e da parceria da iniciativa privada, inclusive a internacional.
O Brasil não pode prescindir da iniciativa privada no seu caminho para o desenvolvimento. Pelo contrário, é preciso promover um ambiente de negócios que estimule essa participação, ampliando a segurança jurídica de forma que os investimentos não tomem a feição de uma aventura na qual o capital nacional e o internacional não vão embarcar.
A maior participação da iniciativa privada na infraestrutura, além de alavancar os investimentos, vai aliviar o orçamento do governo, reduzir o chamado Custo Brasil, com benefícios diretos para a população, que passará a contar com produtos e serviços mais baratos, com mais qualidade. Sem falar na capacidade de geração de emprego e renda que os projetos vão proporcionar.
O Sistema Comércio, por meio da CNC, das Federações, dos sindicatos que integram nossa estrutura, dos empresários representados, do Sesc e do Senac, atua fortemente para ajudar a destravar a economia do País.
E isso passa pelo setor de infraestrutura.
José Roberto Tadros
Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)