Tarcísio Barbosa
Você é a doçura. É a irmã da flor. É a ternura. É o carinho. É o desejo. É o prazer. É a emoção. É a inspiração. É a intuição. É a paixão. É o mistério. É a prece. É a companheira. É a amiga. É a amante. É o enfeite. É o poema. É a canção. É a música. É a vida. É o amor. Tem o dom da vida.
A você, mulher, que busca no dia a dia sua independência, sua liberdade, sua identidade própria; que luta para ser valorizada, compreendida e amada; que tenta ser esposa, mãe e mulher; que luta pelos seus direitos e por um mundo mais justo e cheio de amor e compreensão, meu afeto, minha admiração. E sucesso!
“Obrigado, mulher mãe, que acolhe em seu seio o ser humano na alegria e no sofrimento. Você é como o sorriso de Deus para a criança que vem ao mundo, tornando-se a guia de seus primeiros passos, sustentando seu crescimento, além de ponto de referência para sua vida”.
“Obrigado, mulher esposa, que une seu destino ao do homem numa relação recíproca a serviço da vida”.
Obrigado, mulher filha e mulher irmã, que trazem ao lar, além do complexo da vida social, as riquezas de sua sensibilidade, de sua intuição, de sua generosidade e de sua constância”.
“Obrigado, mulher trabalhadora, ligada a todos os setores da vida social, econômica, cultural, artística e política, pela contribuição insubstituível na elaboração de uma cultura que alia a razão ao sentimento, na edificação de estruturas econômicas e políticas humanamente mais ricas”.
“Obrigado a você, mulher, somente pelo fato de ser mulher. Pela percepção própria da feminilidade, você enriquece a compreensão do mundo e contribui para as verdadeiras relações humanas”.
“Mas o agradecimento não é o suficiente. Nós, infelizmente, herdamos uma história de força e agressão que em todos os tempos e lugares tornaram difícil a vida das mulheres, tirando-lhes sua dignidade, suas prerrogativas, muitas vezes sendo marginalizadas e reduzidas a escravas. Tudo isso impediu a mulher, por muito tempo, de ela ser ela mesma, privando a humanidade inteira de sua riqueza espiritual. Certamente não será fácil determinar a responsabilidade exata do menosprezo às mulheres. Porém, não podemos negar a responsabilidade de muitos filhos da Igreja. Fato que eu sinceramente lamento. Possa este lamento se traduzir em toda a Igreja por um esforço contra as injustiças e a dominação em relação às mulheres. O próprio Cristo, passando acima das leis em vigor em sua época, teve, em relação às mulheres, uma atitude de respeito, de acolhida, de ternura, honrando sua dignidade. Numerosas partes do mundo impedem as mulheres de se integrar plenamente à vida social, política e econômica. Mesmo o dom da maternidade é muitas vezes subestimado, conquanto a humanidade lhe deva sua existência. Urge que haja direitos iguais entre homens e mulheres, paridade salarial para uma mesma atividade, proteção às mães que trabalham, progresso em sua carreira, entre outros”.
“Meu obrigado às mulheres toma a forma de um apelo para que todos, em particular os Estados e as instituições internacionais, façam o que for preciso para dar às mulheres o pleno respeito pela sua dignidade e seu papel na sociedade”.
Observação: Os parágrafos entre aspas são uma tradução minha de partes escolhidas do texto Merci à toi, femme, pour le seul fait d’être femme – Obrigado a ti, mulher, pelo único fato de ser mulher – endereçado às mulheres pelo papa João Paulo II, em março de 1995.
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Oito de março, Dia Internacional da Mulher.