Manaus, 20 de Abril de 2024

Conta comprometedora

Por: Edclei Estevam Vasconcelos
25/02/2018 - 11:00

Edclei Vasconcelos

 A responsabilidade do sigilo


*Edclei Estevam de Vasconcelos
 
Todos nós estamos sujeitos a encarar desafios na vida. Difícil é passar pelo que passou o nosso amigo carteiro que, soube na pele, o que é responsabilidade na hora de manter o sigilo de uma correspondência.
 
Certo dia o carteiro foi surpreendido por uma cliente que o parou na rua e perguntou:
 
- Por favor, senhor carteiro! Por gentileza, posso falar com você?
 
 O carteiro desconfiado, logo pensou: entreguei alguma carta errada na casa da cliente. Mas, em seguida, responde: “Pois não, senhora. Em que posso ajudá-la?
 
Ela responde: “Estou desesperada! E só o senhor pode me ajudar. A minha vida depende de você!”
 
O carteiro achou estranha aquela colocação da cliente e logo pensou. “Aí tem coisa. Essa mulher deve estar com problemas”. Mas respondeu: “Senhora, em que posso ajudá-la?
 
Ela se aproxima do carteiro e diz bem baixinho: “Senhor carteiro, é o seguinte: estou esperando minha conta de telefone.”
 
O carteiro sem entender nada, logo pergunta à cliente: “Mas a conta já venceu?
Ela responde novamente: “Não, senhor carteiro! Ela ainda está para chegar”.
 
 Ele diz: “Certo! Mas afinal de contas, o que a senhora quer de mim? Já sei! A senhora não quer que eu entregue a sua conta após o vencimento, certo?
 
 Em seguida, ela explica: “Bem senhor carteiro, eu vou direto ao assunto.  É o seguinte, senhor carteiro. Aqui em minha casa existem duas contas de telefone: a minha e a do meu marido. Eu gostaria que o senhor fizesse o seguinte: quando essas contas chegarem, a do meu marido o senhor pode colocar direto na nossa caixa do correio. Já a minha, quero que o senhor entregue-a somente para mim. Vou lhe informar o número do meu telefone para que o senhor possa me ligar, ok?”
 
O carteiro, apesar de achar estranho, faz cara de quem entendeu direitinho e responde: “Tudo bem! O cliente é quem manda e sempre tem razão!”
 
Ela completou: “Ai, senhor carteiro, é que se o meu marido pegar essa conta, ele é capaz de me esganar”. 
 
Em seguida diz o carteiro: “Já sei o motivo! A senhora extrapolou nas ligações, passou do limite e quem paga a conta da senhora é o seu marido, não é isso?”
 
 
Ela responde: “Não, senhor carteiro! Eu extrapolei foi em outra coisa, mas deixa pra lá...”
 
O carteiro já ia saindo quando se lembra de perguntar: “Senhora, me diga uma coisa: será que não vai dar problema para mim? E se o seu marido pensar, através do meu número de telefone que vai ficar registrado no celular da senhora com a ligação que vou fazer, que eu tenho alguma coisa a ver com isso? A senhora sabe que o primeiro suspeito... pode ser o carteiro, o carpinteiro, o pedreiro, o caseiro... sei não hein?”
 
Ela sorri e diz: “Não se preocupe, me ligue de um telefone público”.
 
 “Tá certo. Tomara que não sobre pro meu. Se não, além de tomar cuidado com os cachorros, terei agora de tomar cuidado com o seu marido.
 
Ela diz: “Por favor senhor carteiro, o senhor vai me ajudar?”  Ele responde: “É claro, pode deixar!”
 
Num certo dia, surgem as tais contas. O carteiro, agoniado, entra em contato com a cliente: “Senhora! Senhora! É o carteiro! As suas contas chegaram. E agora, o que faço com elas?”
 
- Faça conforme combinamos. Segure só a minha que eu já estou indo pegar com o senhor, ok?
 
- Sim, mas não demore muito. Eu tenho muitas contas como essas para entregar.
 
Ela chega de carro, baixa o vidro, pega a conta e diz: “Muito obrigada, seu carteiro, o senhor é de confiança mesmo, salvou o meu casamento!”
 
Em seguida o carteiro responde: “Tudo bem senhora, mas me dê licença que agora eu preciso salvar é o meu emprego.     
 
*Faísca, o carteiro boa praça. 
 
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