Muitos irmãos afirmam que a manifestação do deputado federal Silas Câmara é individual e não reflete a opinião da maioria dos fieis.
Por Warnoldo Maia de Freitas
Apesar das narrativas apresentadas publicamente nos últimos dias por "representantes" da Assembleia de Deus no Amazonas, confirmando o efetivo apoio dos irmãos às candidaturas do governador Wilson Lima (União Brasil) ao Senado e do senador Omar Aziz (PSD/AM) ao Governo do Amazonas, nas eleições de 2026, nos bastidores as opiniões divergem e muitos irmãos garantem que tal manifestação é individual e não representa a totalidade do eleitorado cristão conservador.
De um modo geral eles ressaltam, ainda, que atualmente a maioria do chamado eleitorado cristão está cada dia mais consciente e sabe muito bem diferenciar os princípios do evangelho das questões de ordem puramente políticas, apesar de a política e a religião caminharem de mãos dadas no Brasil, moldando decisões.
Muitos destacam que apesar de cultivarem o hábito do perdão, os irmãos não esqueceram que tanto o governador Wilson Lima quanto os deputados estaduais são os responsáveis diretos pela elevada alíquota do IPVA que foi paga nos últimos oito anos e um "simples pacote de bondades, lançado às vésperas das eleições para conquistar os votos dos esquecidos não terá o condão, o poder divino de transformação para ajudar a apagar lembranças ruins e eleger ninguém, principalmente os responsáveis pelas medidas tributárias impostas.
Muitos irmãos e motoristas de aplicativos lembram que no dia 14 de dezembro de 2022 a Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) deu um PRESENTÃO DE NATAL ao contribuinte amazonense e aprovou um PACOTE DE MEDIDAS PROPOSTO PELO GOVERNO DO AMAZONAS, "para repor receitas", aumentando as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) no Estado.
No que diz respeito ao ICMS, os deputados aprovaram sem constrangimento o aumento da alíquota sobre PRODUTOS E SERVIÇOS ESSENCIAIS de 18% para 20%
Entre os serviços afetados com o aumento da carga estavam os combustíveis e a energia elétrica, que influenciam no preço da cesta básica e penalizam sempre os mais pobres.
Como resultado do sinal verde dado pelos "representantes do povo" ao aumento da carga tributária, a alíquota do IPVA saltou de 3% para 4% para motocicletas e outros ciclos, veículos de passeio, comerciais leves, veículos de esporte ou corrida e demais veículos, com capacidade superior a 1000 c.c. (carros de motor 1.0).
Já para os veículos com capacidade até 1000 c.c., a alíquota do imposto passou de 2% para 3%.
E os carros destinados ao transporte coletivo, veículos de tração e caminhão passaram a pagar IPVA de 2%, e aqueles destinados à locação, desde que o contribuinte possua frota registrada no Estado com, no mínimo, dez veículos, 0,7%.
Os deputados aprovaram, também, a mudança na tabela de taxas de segurança pública do Detran-AM. Como resultado os proprietários de veículos passaram a pagar mais caro por alguns serviços, a partir de 1° de abril de 2023.
Para primeira via de CNH (Carteira Nacional de Habilitação), categoria “A”, por exemplo, o aumento aprovado foi de 100% e o valor passou de R$ 81,70 para R$ 163,41.
Na justificativa para pedir os aumentos o Governo do Amazonas, comandado por Wilson Lima, alegou ter perdido dinheiro com a redução compulsória da alíquota do ICMS sobre os serviços essenciais efetivada com a Lei Complementar nº 194, de 23 de junho de 2022, aprovada pelo Congresso Nacional.
Com essa norma, a alíquota do imposto sobre gasolina e energia elétrica caiu de 25% para 18%. Apesar de ter superado a expectativa de arrecadação antes do fim do ano, o estado reclama da perda de receita com a medida.