Manaus, 19 de Abril de 2024

Falta de entendimento entre Poderes da Uni?o tira o sono da vov? CACILDA

Vov? CACILDA quer saber a quem realmente interessa o CAOS no Brasil

Política | 28/05/2020 - 15:15
Foto: Arte

 Vovó CACILDA quer saber a quem realmente interessa o CAOS no Brasil


Por Warnoldo Maia de Freitas

A falta de entendimento, de harmonia entre os Poderes da União - o Legislativo, o Executivo e o Judiciário -, que, de acordo com o artigo segundo da Constituição Federal promulgada em outubro de 1988, "são independentes e harmônicos entre si", está tirando o sono da vovó CACILDA, uma senhora de 90 anos que conhece um pouco da história do Brasil e do mundo.

Com semblante marcado pela preocupação, vovó CACILDA pede, "encarecidamente",  para os governantes deixarem de lado as suas vaidades, os seus interesses particulares e ressalta que todos devem concentrar esforços na busca das melhores soluções para o país e para o bem do seu povo, que sofre, imaginando que o poder emana dele, mas, na verdade, só pode, mesmo, dar um simples "confirma" nas urnas, a cada quatro anos, para eleger seus representantes.

A preocupação de vovó CACILDA ficou maior a partir da última ação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou na quarta, 27/05, a busca e apreensão contra ativistas bolsonaristas como, por exemplo, o deputado Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang e outros operadores de Jair Bolsonaro nas redes sociais.

Vovó CACILDA lembra que Moraes "é totalmente avesso às críticas" e por não aceitar questionamentos instaurou de forma unilateral um inquérito para apurar as chamadas "Fake News"  lançadas contra os membros do STF e, posteriormente, como mostra o noticiário, blindou a investigação.

"Com isso, o ministro Alexandre de Moraes acabou posicionando-se contra uma manifestação do ex-ministro do STF, Ayres de Britto, que já deixou claro que o Judiciário não pode ser nascente, corrente e foz de um mesmo rio, ou seja, não pode simultaneamente investigar, acusar e julgar, atos que, segundo qualquer ordenamento sério, são competência de órgãos distintos", lembrou a serena vovozona

Ela também fez questão de ressaltar que a Constituição Federal de 1988 assegura o direito à livre manifestação do pensamento e veda o anonimato. 

"Nenhuma ação ou decisão de quem quer que seja deve ou pode ir contra as leis", afirma,  destacando que "como ninguém vigia o STF, a não ser ele mesmo, o Tribunal não sofre controle externo e nem pode ter suas determinações revogadas".

Para vovó CACILDA, a convovação determinada por Alexandre de Moraes para Weintraub prestar esclarecimentos sobre as suas afirmações contra o STF é equivocada, porque ele manifestou sua opinião em uma reunião fechada, quer dizer, em "off", e quem deveria ser questionado é quem  autorizou a sua divulgação e tornou público o pensamento verbalizado de forma reservada. 

"Será que querem implantar o terrorismo para inibir a manifestação de pensamento, mesmo de forma reservada. Esse é um novo tipo de tortura psicológica, que tem por objetivo levar todo mundo a desconfiar de todo mundo?, questiona a calejada vovozona, que já acompanhou, como se diz, "estórias do arco da velha".

Politizada como poucas idosas da sua época, vovó CACILDA também faz questão de deixar bem claro que não devemos aceitar extremismos de ninguém e precisamos nos manifestar, sempre, cobrando para que cada cidadão responda pelos seus atos, na forma da lei, porque vivemos em um ESTADO DE DIREITO. Portanto, todos estamos submetidos ao IMPÉRIO DO DIREITO,  ao respeito às normas e aos direitos fundamentais.

Diante dos últimos acontecimentos Vovó CACILDA revela preocupação com o recrudescimento das tensões entre os Poderes da União, a partir de outra medida de Alexandre de Moraes, determinando desta vez que a Polícia Federal tome, em no máximo cinco dias, o depoimento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para que ele explique as declarações feitas na reunião ministerial do último dia 22/4, durante a qual, defendeu a prisão dos ministros do STF.

"Apesar de a Constituição Federal deixar bem claro que os Poderes da União são harmônicos e independentes, tem gente que acha que tudo tem de ser feito de acordo com o seu pensamento, o que é lamentável, principalmente em um sistema democrático. O respeito entre as partes é necessário e deve prevalecer em todas as relações humanas", ensina vovó CACILDA.

Além de ressaltar que é grave a situação registrada no país, vovó CACILDA aponta a necessidade de se saber a quem realmente interessa o CAOS no Brasil e lembra que o momento requer muita prudência e entendimento, porque a Nação está à beira do abismo. 

Para reforçar o seu argumento ela afirma que o déficit orçamentário da União para o exercício de 2020 girava em torno de R$ 124 mihões, mas agora, devido ao caos provocado pela pandemia do Covid-19, já supera a casa dos R$ 500 milhões e se não houver entendimento os mais pobres, mais uma vez, vão sofrer "as consequências dos desmandos dos poderesos".
 
"Essa minha vida já me ensino que em qualquer sistema, em qualquer ismo, quem sempre fica bem e vive bem é quem está no poder, no comando das ações. O povo, sempre fica com as migalhas", observa.
 
Experiência de vida

Vovó CACILDA não deixa de ter razão. Afinal, tem muita experiência de vida e muita história para contar, porque, como poucos, quando adolescente, acompanhou pelos noticiários as notícias sobre o fim da segunda guerra mundial, bem como sobre a Lei Constitucional nº 9, que foi decretada e marcou o processo de redemocratização do Brasil. 

Ela também lembra da fundação de partidos como a União Democrática Nacional (UDN), que surgiu como força política de oposição ao regime de Getúlio Vargas e seus aliados, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), do Partido Social Democrático (PSD), criado por aliados de Vargas, da fundação do Partido de Representação Popular por Plínio Salgado, do ressurgimento do Partido Comunista Brasileiro, que voltou à legalidade em 1945.

Vovó CACILDA recorda-se, perfeitamente, da movimentação de ministros militares, em outubro de 1945, para depor Getúlio Vargas da presidência do Brasil, que acabou renunciando e pôs fim ao Estado Novo.

"Em seguida, José Linhares, que era presidente do Supremo Tribunal Federal, tornou-se o 15º presidente do Brasil, até a posse do Marechal Euríco Gaspar Dutra, do PSD, que foi eleito    presidente em 2 de dezembro, por voto popular em eleição presidencial direta", explica vovó CACILDA, confessando ter consultado o Wikipédia para confirmar as datas.
 
 
 
 

 

 

 

 
 
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