Manaus, 16 de Abril de 2024

Vov? CACILDA e INOC?NCIA esperam que seres da natureza assustem lobos que sangram a sa?de

Vov? INOC?NCIA lembra que n?o podem esquecer do caso das lavanderias, porque j? descobriram que no local da filial delas funciona uma oficina de carros

Política | 04/07/2020 - 18:05
Foto: Reprodu??o
Vovó INOCÊNCIA lembra que não podem esquecer do caso das lavanderias, porque já descobriram que no local da filial de uma delas funciona uma oficina de carros

Por Warnoldo Maia de Freitas


Vovó CACILDA e INOCÊNCIA, sua amiga há 80 anos, encontraram-se para um café na manhã do sábado, 04/07, feriado nacional nos Estados Unidos, porque a data marca a Declaração de Independência de 1776, "ano em que as 13 Colônias declararam a separação formal do Império Britânico", e resolveram comentar os fatos registrados na última semana.

Descontraída, vovó CACILDA lembrou que o sábado, 4 de julho, teria noite de Lua Cheia, período durante o qual  "os seres da natureza pregam sustos nos humanos", e disse que esperava que esses tais seres concentrassem suas atenções sobre os "lobos", que "juram por todos os santos" que são inocentes, mas, estão sugando os recursos do sistema de saúde do Amazonas em pleno período da pandemia provocada pela Covid-19.

"Manazinha, hoje em dia está difícil saber em quem confiar. Mas, seria muito bom, também, que esses seres da natureza dessem um chega prá lá nesse danado do coronavírus e fizessem com que ele arrumasse logo uma namorada, porque não está certo ele ficar tentando pegar todo mundo", argumentou INOCÊNCIA, com o que vovó CACILDA concordou plenamente, a julgar pela sonora gargalhada que deu.

Depois perguntou se INOCÊNCIA estava acompanhando as notícias sobre as fraudes denunciadas no sistema de saúde do Amazonas e que estão sendo apuradas pela CPI da Saúde da ALE-AM, pela Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal.

"Manazinha, eu não entendo muito de política. Eu sou leiga nesse assunto. Eu votei nesse governador porque acreditei que ele fosse diferente dos outros", explica INOCÊNCIA.

Animada, INOCÊNCIA reconhece que "todo mundo taca o pau nele", bem como que "ele não é santo" e pergunta se essa "onda de investigações e acusações " não passa de "jogada política", conforme vem sendo alegado pelos amigos do governador.

"Essas operações de busca e aprenssão da polícia conseguem mesmo alguma coisa? Será que o governador seria tão besta a ponto de deixar provas na casa dele", questiona INOCÊNCIA.

Em resposta aos questionamentos da amiga de infância, vovó CACILDA diz acreditar que "tudo é possível" e lembra que, na última semana, muitos políticos passaram a ter insônia e taquicardia, logo após a divulgação da informação, atribuída aos futriqueiros de plantão, assegurando que a Polícia Federal havia encontrado, na sede do Governo do Amazonas, uma lista com os nomes de vários parlamentares, indicando o recebimento de "bônus" como forma de compensação pelo apoio dispensado ao governo.

"Manazinha, se essa informação for verdadeira, é uma bomba e vai queimar a reputação de muita gente boa", afirma INOCÊNCIA. "Mas, será que tudo isso não passa de uma estratégia do próprio governo, para intimidar os parlamentares?, questiona.

Imediatamente vovó CACILDA concorda com os argumentos da amiga e destaca que está sendo ensurdecedor o silêncio da maioria dos políticos amazonenses sobre a Operação Sangria, da PF, que investiga indícios de que o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC/AM), seria o chefe de uma organização criminosa que estaria atuando dentro do governo para sangrar os cofres públicos.

"Está tudo lá, na representação da PF encaminhada ao Superior Tribunal Federal. O documento tem 17 páginas, recheadas de nomes de pessoas conhecidas, apontadas pela PF e Procuradoria-Geral da República como integrantes dessa ORCRIM", revela vovó CACILDA, em voz baixa.

Depois de boas gargalhas INOCÊNCIA afirma que "a coisa está feia" e pergunta sobre o denunciado envolvimento da secretária de Comunicação do Governo e do seu marido, na venda, para o Governo do Estado, de 28 ventiladores com preço superfaturado.

"Manazinha, a secretária negou, veementemente, a participação dela e do marido no esquema. Ela disse várias vezes que o seu marido nunca foi dono da Sonoar, aquela empresa que fez parte da triangulação da venda dos respiradores. Mas, a CPI da Saúde da ALE-AM informou que a compra das cotas da empresas foi feita por meio de contrato de gaveta, registrado só em cartório.  Depois, informou, ainda, que a empresa do marido da secretária tem negócios com o governo e já faturou mais de R$ 8 milhões em dois anos", explicou vovó CACILDA.

Espantada, INOCÊNCIA disparou.

"Avemaria! Essa história promete ir longe, porque quanto mais se mexe mais fede!".

Querendo mudar o rumo da prosa, vovó CACILDA pergunta para INOCÊNCIA se ela estava acompanhando as notícias sobre o ex-governdor e senador de Sâo Paulo, José Serra (PSDB/SP), que entrou, com atraso de uma década, para o seleto grupo dos "inocentes intocáveis".

Querendo mostrar-se bem informada, INOCÊNCIA afirma ter lido pouca coisa sobre o assunto, mas destaca que o tucano acabou tendo a bagatela de R$ 40 milhões bloqueados pela Justiça.

"Minina, o Serra e a sua filha, Verônica Allende Serra, estão sendo denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem de dinheiro transnacional", informa vovó CACILDA.

Mentira?, dispara, espantada, INOCÊNCIA.

Diante da reação da amiga, vovó CACILDA explica que as informações são atuais e encontram-se estampadas em praticamente todos os grandes jornais do país.

"Tudo bem. Mas, o que é mesmo essa história de lavagem de dinheiro transacional", questiona a amiga.

Pacientemente vovó CACILDA explica que não é TRANSACIONAL, mas sim TRANSNACIONAL, porque as operações identificadas "ultrapassaram os limites geográficos do país" e foram localizadas no exterior, com "atores nacionais bem conhecidos".

Depois de muita conversa, vovó CACILDA e INOCÊNCIA revelam que vão esperar, pacientemente, para que as garras da Justiça também cheguem pelas bandas de cá e passem a investigar, também, as transações transnacionais.

"A palavra é chique e os amazonenses não podem ficar de fora dessa", dispara INOCÊNCIA. "Se forem acho que devem representar contra a Justiça, por estarem sendo discriminados", completa INOCÊNCIA, provocando gargalhadas em vovó CACILDA. "Mas, se demorar mais de dez anos, como foi o caso do Serra, dificilmente veremos, porque já passamos da casa dos 85 anos", ressalta.

"Eles também não podem esquecer das lavanderias que atendem aos principais hospitais de Manaus. Já descobriam que no local da filial da empresa que lava a roupa do Nilton Lins funciona uma oficina de carros. Pelo visto eles estão lavando tudo, menos lençóis", completa vovó INOCÊNCIA, entre risos.
 
 

 

 

 

 

 

 
 
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